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                                       ITIQUIRA - GOIÁS 
                    17-06-1994 
                   
                    A Lagoa Feia até que é bonita. Fica no município de Formosa. Verde, urbanizada  de um lado e com bosques e fazendas no outro lado. 
                    As instalações para os turistas são precárias, mas pitorescas a aprazíveis.  Bares construídos sobre estacas, dentro d´água, com o ar úmido e fresco. 
                    O loteamento entre a lagoa e a estrada de rodagem  
                    (BR-040) foi projetada nos anos 70. Eu trabalhava na EMBRAPA (1979) e  entusiasmei-me com a ideia de construir ali uma casinha, para os fins de  semana. Cheguei a escolher o lote, a pagar o sinal do financiamento (não havia  correção monetária!). Infelizmente, o “meu” lote já havia sido adquirido por  outro comprador.  Os lotes remanescentes  não me agradaram. Desisti do negócio.  
                  Em verdade, o loteamento não prosperou muito em todos esses anos. Poucas casas,  alguns moradores de posses limitadas. Os ricos do Distrito Federal estão  construindo suas mansões em zona mais urbana, ainda que menos bonita. Um  desenvolvimento para valer só vai acontecer se a cidade voltar a ter o  desenvolvimento agroindustrial (que é a sua vocação) previsto. Turismo, de  verdade, só mais adiante: no Parque de Itiquira. 
                    
                  
                    
                      
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                  Foto: Google.com  
                    
                  O  salto tem 168 metros, despencando dos maciços da Serra Geral. Um espetáculo  imponente. O “véu-de-noiva” desfaz-se em uma cortina de águas suspensas,  precipitando-se em outras quedas d´água menores.   
                    O parque municipal está sempre limpo e bem cuidado.  
                    A estrada entre Formosa e Itiquira — 36 km - é excelente e a comida, um buquê  sortido, é bom e barato, sem luxo. Bom mesmo são os doces caseiros.  
                    Minha primeira visita, nos anos 70 (do século passado) foi na base da estrada  barrenta e perigosa e não havia ainda o parque. Era apenas um paraíso  ecológico. A gente nem usava ainda expressões como essa, com sabor de aventura  e desconforto. Hoje são 105 km desde Brasília , em certa medida, monótona.   
                    
                  
                    
                      
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                    Uma visita a Planaltina, a meio caminho, para ver a igreja antiga e os (poucos)  casarões ao estilo colonial rural goiano, é uma boa opção. E depois chegar até  o Vale do Amanhecer para ver os seguidores da Tia Neiva”1, com  seus trajes multicoloridos e os templos rústicos, improvisados. Minha amiga  portorriquenha Nilsa Burgos, que viajava comigo,  ficou impressionada. Certamente, uma  experiência “sui generis”, autêntica e atrativa. Suas coreografias litúrgicas  tão espetaculares. 
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                    - [Neiva Chaves Zelaya (Propriá, 30 de outubro de 1925 — Brasília, 15 de novembro de 1985),  mais conhecida por Tia Neiva, foi uma médium clarividente brasileira que fundou o Vale  do Amanhecer,  doutrina espiritualista que agrega elementos de várias  religiões.]
 
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                      Foto:  https://www.aldeiadecaboclos.com.br/tia-neiva-e-o-vale-do-amanhecer/ 
                      
                   
                
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